
Seja nas metrópoles ou em cidades menores, é fácil identificar a presença constante do concreto armado nas construções. Casas, rodovias, pontes, edifícios, usinas, obras de saneamento: quase todo projeto aceita (ou precisa) de concreto armado para se erguer.
Ao final do século XIX, com a revolução industrial, surgiram inovações técnicas na utilização dos materiais de construção e o ferro passou a ser aplicado nas construções de maneira nunca vista antes.
A primeira aplicação do concreto armado foi em 1849 e curiosamente não foi na construção civil: um barco construído por Joseph-Louis Lambot, um agricultor francês, feito com argamassa e ferro.
Essa ideia chamou a atenção de Joseph Monier, que avaliou as características dos materiais para combiná-los de forma adequada e, assim, construiu a primeira ponte de concreto armado (que ainda existe) em 1875, no castelo Chazelet.
Chamamos de concreto armado a estrutura de concreto que possui armações feitas com barras de aço em seu interior. Essas armações são necessárias para suprir a falta de resistência do concreto à tração, já que o forte do material é resistência à compressão. As armações são indispensáveis na execução de peças como vigas e lajes, por exemplo.
Com a fundação da Escola de Bauhaus, por Walter Gropius, a arquitetura moderna começou a ser estudada e o concreto armado tornou-se material característico desse objeto de estudo. Outros aspectos que caracterizam a arquitetura moderna são o uso de formas simples e geométricas e o concreto aparente (sem pintura ou reboco).
No entanto, cada arquiteto assume um próprio estilo na hora de elaborar um projeto com concreto armado - ainda assim, é possível notar semelhanças entre eles. Confira 14 projetos que usam o material:
imagem Wikiarquitetura
- Church of the Light | Tadao Ando, 1989
Ibaraki, Japão
Tadao Ando, um dos nomes mais importantes quando o assunto é concreto armado, projetou no Japão um edifício que une natureza e arquitetura. A “Igreja da Luz” é de ornamentação simples, e usa de uma abertura na parede em formato de cruz para que o símbolo tome forma através da passagem de luz natural.
imagem Hypeness
- Escola de Arte da Universidade de Monterrey | Tadao Ando, 2013
Monterrey, México
O edifício projetado por Tadao Ando possui estúdios e salas para quase 500 alunos.
Alguns vazios mostram o lado de baixo do edifício, dando a impressão de uma estrutura em arquibancada. As aberturas adicionais ao redor do prédio fornecem corredores de ar e espaços de convivência e lazer.
imagem Archdaily, FG+SG - © Fernando Guerra
- Casa Cubo | Studio MK27, 2012
São Paulo, Brasil
A casa projetada por Márcio Kogan é construída a partir da desconstrução da volumetria de um enorme cubo de concreto. A parte inferior do cubo é quase retirada por completo, deixando boa parte da estrutura sustentada apenas por pilares. Nesse primeiro andar, uma área externa de lazer é montada. Nos andares superiores, instalam-se quartos, salas, cozinha e banheiros. A fachada da casa é toda em concreto aparente.
imagem Archdaily, © Eduardo Aigner
- Casa Bertolini | Studioparalelo + MAAM, 2008
Bento Gonçalves, Brasil
Os arquitetos do Studioparalelo e MAAM projetaram uma casa com estrutura de concreto armado e cobertura em alvenaria rebocada e esquadrias de alumínio com vidro termo-acústico.
A casa retangular é minimalista e faz uso de formas geométricas simples e ângulos retos. Boa parte da fachada da casa é em concreto aparente e uma extensa varanda em “L” dá acesso ao restante das acomodações do ambiente.
imagem Archdaily, Flickr © elyullo
- Convento de La Tourette | Le Corbuiser, 1960
L'Arbresle, França
Projetado por um dos maiores nomes da arquitetura do século XX, o convento de La Tourette foi a última grande obra de Le Corbuiser em território francês.
A construção é materializada em concreto armado aparente, e conta com vidraças por toda a parte. O interior do edifício possui 100 células individuais, uma biblioteca comunitária, um refeitório, uma cobertura claustro, uma igreja, e salas de aula.
imagem Archdaily
- Igreja de São Francisco de Assis | Oscar Niemeyer, 1943
Belo Horizonte, Brasil
Oscar Niemeyer, um dos nomes mais importantes da arquitetura em todo o mundo, projetou a igreja da Pampulha desafiando a monotonia das construções da época e usando a versatilidade plástica do concreto para construir formas diferentes.
No entanto, esse formato inovador para templos católicos foi duramente criticado no início. Inclusive, A igreja demorou a ser consagrada porque tinha uma arquitetura pouco convencional.
imagem Archdaily, © Joseph Burns
- Bar de Sucos & Terraço Egan | Architecture 53seven, 2007
Laois, Irlanda
Arquitetos irlandeses planejaram este edifício, no qual a parte inferior abriga um modesto café, com mesas e cardápio de sucos e comidas variadas. Na parte superior, funciona um terraço espaçoso e um bar.
O ponto curioso da arquitetura desse estabelecimento é que o telhado, feito de concreto armado, parece flutuar sobre o terreno da construção. Além disso, os elementos de concreto servem tanto como estutura do edifício como também são parte do mobiliário do local - mesas do café, assento externo, balcão do bar do terraço, dentre outros.
imagem Imgarcade
- Edifício Copan | Oscar Niemeyer, 1961
São Paulo, Brasil
Uma das construções mais tradicionas da cidade de São Paulo, o edifício Copan é a maior estrutura de concreto armado erguida no Brasil.
Carrega formas sinuosas e curvas, que são marca de estilo do arquiteto Oscar Niemeyer. O quebra-sol nesse projeto é importante não só para sua função básica - de proteção solar - como também para acentuar as formas curvas do edifício.
imagem Archdaily, Rohspace / © NAMELESS
- RW Concrete Church | NAMELESS Architecture, 2013
Byeollae, Coreia
Nessa construção coreana, o concreto se faz presente tanto na parte externa quanto na interna. A igreja conta com formas simples e com um visual minimalista.
Aqui, o concreto armado deixa de ser só uma estrutura para construção e passa a ser conceito: a solidez do material é metáfora para o fato de que os valores cristãos são imutáveis e inquestionáveis.
imagem Archdaily, © Luis Abregú
- Concrete House | Vanguarda Architects, 2010
Buenos Aires, Argentina
A casa projetada na capital argentina transmite uma espécie de desafio à gravidade e espaço. A casa é quase completamente revestida por peças grandes de vidro, aproveitando bem a claridade do ambiente externo. Isso faz com que a parte interna da construção pareça maior do que realmente é.
A casa é minimalista e conta com materiais básicos de construção, como ferro, concreto armado, madeira e vidro.
imagem Archdaily, © Iwan Baan
- Concrete Slit House | AZL Architects, 2008
Província Jiangsu, China
Esta construção na China projetou todas as paredes das faces externas e o teto em concreto armado.
Uma grande fenda atravessa a estrutura e é recoberta com peças de vidro. Isso ajuda a clarear o ambiente e aumenta a passagem de luz. Na parte superior da fenda, a angulação não é reta - isso deixa a parte interna com movimento, já que a altura dos cômodos varia.
imagem Archdaily
- Concrete House | Ogrydziak Prillinger Architects, 2007
Piedmont, California
Este projeto era uma transformação de uma casa para dois habitantes numa residência para família. O desafio era mostrar aos novos proprietários que a nova casa poderia ser habitada por uma maior quantidade de pessoas, sem ter que sacrificar as qualidades da arquitetura original.
Os arquitetos mantiveram o visual da casa com cômodos grandes e materiais expostos - sem reboco ou pintura. Os espaços de convivência, cozinha e banheiros foram reconfigurados para maximizar a versatilidade do espaço.
Imagem Archdaily, © Simon Kennedy
- Concrete House | Studio Gil, 2014
Londres, Inglaterra
Aquitetos do Studio Gil, em Londres, tiveram a tarefa de remodelar o espaço interior de uma casa localizada em uma área de conservação e expandir os cômodos da casa.
A solução proposta foi criar uma espécie de extensão na parte de trás da construção, de modo que a vista de todos os ambientes fiquem conectadas, além de proporcionar um diálogo com o jardim do terreno.
O concreto aparece inclusive nos interiores da casa, com a intenção de deixar a mostra a textura do material e dar à casa um aspecto clean e rústico.
imagem Archdaily, © Daniela Mac Adden
- Concrete House | BAK Architects, 2007
Mar Azul, Argentina
Na cidade litorânea de Mar Azul, os arquitetos argentinos tiveram o desafio de projetar uma casa no meio da floresta que respeitasse a topografia complexa do local, com material que de pouco impacto ambiental, tempo curto para construção e que dê pouca (ou nenhuma) manutenção.
Por isso, fizeram opção pelo concreto armado aparente, não só na parte externa como também em quase todo o ambiente interno. Peças de vidro extensas foram a opção para contrastar a rigidez do material e para permitir a entrada de luz no interior da casa.
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