segunda-feira, 6 de abril de 2015

Mais de 80% de candidatos ao Fies podem ficar de fora do programa

Mais de 80% de candidatos ao Fies podem ficar de fora do programa

Não são poucos! São cerca de 80 por cento dos calouros que pretendem usar o financiamento estudantil do governo federal que podem ficar fora do programa, e as instituições de ensino já começaram a buscar alternativas para atenuar a situação financeira de seus estudantes após as mudanças do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O Ministério da Educação (MEC) já sinalizou que o cadastro de novos alunos ficará restrito a um terço do efetuado no ano passado, disse à Reuters Romário Davel, consultor da Hoper, uma das principais consultorias focadas no mercado de educação do país.
Ele acrescentou que o número pode ser ainda menor que o divulgado pelo ministério.
“Na prática, a queda é de mais de 80 por cento de alunos do Fies”, disse. Ao final de fevereiro, entidades do setor educacional esperavam uma demanda de 500 mil estudantes para novos contratos.
Após anunciar mudanças nas regras do financiamento no final do ano passado, o MEC optou por fechar o sistema do Fies para cadastro e reabri-lo entre 23 de fevereiro e 30 de abril.

Desde então, os alunos vêm enfrentando lentidão e instabilidade no sistema, além de novas regras que vão sendo conhecidas a conta-gotas. Para os novos contratos, os estudantes estão ficando em média seis horas em frente ao computador para conseguir efetivar uma inscrição, disse Davel, da Hoper.
Além da pressão sobre a captação de alunos, o resultado financeiro das instituições de ensino também deve ser prejudicado, segundo a consultoria. A margem de contribuição dos alunos iniciantes costuma ser mais alta do que a de veteranos, devido a atividades acadêmicas de custo menor para as instituições.
“Há expectativa de queda significativa em número (de alunos), mas no resultado financeiro o impacto será ainda maior”, disse Davel, estimando que os primeiros impactos aparecerão nos balanços do primeiro trimestre, tradicionalmente o mais relevante para as companhias.



Solução?

Enquanto isso, cresce o espaço para o crédito estudantil privado, cuja representatividade ainda é pequena no país. Em 2014, o desembolso do governo para o Fies chegou a quase 14 bilhões de reais para 1,9 milhão de estudantes, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento para Educação (FNDE).
A Ideal Invest, que oferece o programa de financiamento estudantil Pravaler e tem o Itaú Unibanco como um dos sócios, afirma ser o único participante do mercado que oferece uma linha de crédito para toda a graduação e repassou cerca de 1 bilhão de reais desde 2006 a 50 mil alunos.
A companhia de ensino superior Estácio adiantou os planos de oferecer o serviço de financiamento no segundo semestre e fechou uma parceria com o Pravaler.
Além da Estácio, a Anima Educação também avalia formas de facilitar o crédito a seus alunos, por meio da oferta de uma combinação de financiamentos.
Renovação do FIES
Enquanto alunos tentam se inscrever no Fies e escolas avaliam mecanismos próprios de financiamento, entidades que representam o setor movem múltiplos processos contra o MEC.
Uma das principais queixas refere-se à regra definida pelo ministro da Educação, Cid Gomes, de autorizar acesso ao Fies apenas às escolas que reajustaram as mensalidades este ano em até 6,4 por cento.
A ação do processo faz parte de uma estratégia da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) para que os sindicatos estaduais entrem com suas próprias ações na Justiça contra as novas regras do Fies, enquanto aguardam por uma decisão judicial nacional.
Até o momento, instituições de Alagoas, Sergipe e Rondônia tiveram pedidos de liminar concedidos, o que suspendeu algumas das mudanças no Fies nestes Estados, como a exigência de nota mínima no (Enem) para alunos e a trava sobre reajuste das mensalidades.


De acordo com G1


Imagem de shutterstock.com

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