quinta-feira, 2 de abril de 2015

Governo brasileiro vai gastar R$ 60 milhões para reformar e doar uma usina térmica para a Bolívia

Governo brasileiro vai gastar R$ 60 milhões para reformar e doar uma usina térmica para a Bolívia

Em meio a uma crise de energia que vem assolando o Brasil e em busca de fontes alternativas para evitar um racionamento, o governo brasileiro vai gastar R$ 60 milhões para reformar e doar uma usina térmica para a Bolívia. O Ministério de Minas e Energia está nas tratativas finais para viabilizar a negociação. Você pode conferir os detalhes nesse link da Câmara dos Deputados.

A usina térmica Rio Madeira pertence até então à Eletronorte, uma das empresas do grupo Eletrobras. Inaugurada no final da década de 80, ela foi uma das responsáveis por abastecer os estados de Rondônia e Acre por 20 anos. Com potência de 90 megawatts, o empreendimento fica em Porto Velho (RO) e é capaz de fornecer energia para uma cidade de 700 mil habitantes, por exemplo.


A usina precisa passar por uma “recauchutagem geral” para entrar novamente em operação. Antes de doá-la, a Eletronorte vai converter a usina para gás natural, combustível em abundância na Bolívia.


Essa reforma, com o transporte e montagem na Bolívia, custará R$ 60 milhões. O dinheiro já foi transferido pelo governo para a Eletronorte, responsável pela reforma.
Uma usina térmica nova, com capacidade de 100 MW, custa hoje em torno de R$ 100 milhões.



Em janeiro de 2014, a fiscalização da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) constatou que a usina, embora desligada, tinha condições de operar parcialmente. Seu prazo de concessão acabava apenas em 2018.

Por meio de nota, o Ministério de Minas e Energia informou que o acordo teve como objetivo “promover a cooperação energética com a Bolívia”. O ministério disse que a transferência de R$ 60 milhões foi autorizada por meio da Medida Provisória 625/2013.


O ministério ainda informou que os trâmites necessários para operacionalizar o acordo deveriam ser informados pela Eletronorte. Já a empresa declarou que o governo deveria se pronunciar sobre o assunto, já que se trata de uma negociação internacional.


O pedido de doação da termelétrica foi feito diretamente pelo presidente boliviano, Evo Morales, em uma reunião bilateral com Dilma Rousseff .


No encontro, Evo explicou à presidente os problemas de energia e os apagões constantes enfrentados por seu país e pediu ajuda. Apesar de ser um dos maiores produtores de gás do mundo, a Bolívia não tem os equipamentos para transformá-lo em energia elétrica.


Dilma prometeu ceder então à Bolívia a termelétrica Rio Madeira, que estava sem uso no Brasil, mas que precisava ser reformada. O contrato seria de empréstimo por 10 anos, renováveis. Na prática, no entanto, o empréstimo se transformaria em uma doação, já que o custo de devolver a usina para o Brasil dificilmente compensaria.


A política de boa vizinhança, no entanto, tem por trás não apenas também necessidade de garantir a boa vontade dos bolivianos. Maior fornecedor de gás ao Brasil, o governo da Bolívia já aumentou duas vezes o preço do metro cúbico enviado ao país, mas garante o abastecimento de outros usinas brasileiras.


Além disso, o Brasil quer viabilizar a construção de uma hidrelétrica binacional, na divisa entre os dois países.


De acordo com Exame.com, Revista Época Negócios e Câmara dos Deputados
Fonte da imagem shutterstock.com

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